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domingo, 14 de setembro de 2014

TRIBUTO A HELENA ARMOND



Helena Armond 


Helena Armond nasceu em Muzambinho/MG, em 25/01/1928, filha de José Maria Armond, professor e político, que era natural de Barbacena/MG, e de Moema Bueno, professora, natural de Muzambinho/MG.

         Segunda de oito irmãos: Roberto Armond, Ricardo Armond (faleceu com menos de um ano), Ricardo Armond (segundo), que nasceram em Muzambinho/MG, e depois Silvia Armond, Eduardo Armond, Henrique Armond e Luiz Armond, quais não se constatou os municípios de nascimento.
Helena casou-se com Moacyr de Oliveira em 10/12/1947 na cidade de Presidente Prudente/SP, e teve dois filhos: José Maria Armond de Oliveira, que nasceu com síndrome de Down, e Ivan Armond de Oliveira.
Artista plástica, pintora, escultora, decoradora cultural, pesquisadora e poetisa, Helena Armond fez diversas exposições, inclusive, na Bienal de São Paulo, obtendo reconhecimento na literatura e na cultura brasileira, inclusive, com várias premiações.
Como ela mesma disse em entrevistas, até 1977 participava de exposições de artes plásticas em salões oficiais e galerias, e depois passou a participar de instalações, ou seja, arte conceitual, com destaque para Bienal Internacional de São Paulo, em que atapetou com 400 metros de ‘outdoor’ as rampas do prédio sede da bienal, como protesto contra a sociedade de consumo.
Helena lançou seu primeiro livro em 1983, sob título ‘Linhas, segmentos e pontos... de vista’, e em 1984, lançou “Ecléticas Crônicas Poéticas’, mas, segundo declarou em várias oportunidades, sua iniciação com as letras se deu por ocasião da doença e morte de seu marido, em que passou por movimentados corredores hospitalares por seis meses consecutivos, e nesse período criou poesias centradas nas amarguras percebidas e vividas, que deu origem à obra ‘Corredor de espera’, lançado em 1988.  
Como escritora deixou, segundo ela, dezenove obras publicadas, entre elas, seis infantis, e as demais dirigidas para todas as faixas etárias, quais, depois de longa pesquisa, consegui identificá-las, mas creio que são mais, eis que se misturam com reedições, mas vou continuar pesquisando.
Os livros de Helena Armond publicados e identificados são:
1- Linhas, segmentos e pontos... de vista – 1983 – São Paulo
2 - Ecléticas Crônicas Poéticas – 1984 – São Paulo - Cód. Barras: 1000188878797 - Cód. Interno: 309374536
3 - Limites, conquistas... e linhas mistas – 1985 – São Paulo - Editora do Escritor – CDD – 869.915
4 – Velaturas – 1987 - São Paulo - Massao Ohno Editora
5 - Corredor de espera – 1988 - São Paulo - Massao Ohno Editora - Composição Criarte Letras - Fotolito: Laborgraf - Impressão: Palas Athena - Formato: 13,5×20,5
6 - Ver Melhor – 1988 – São Paulo - Editora Melhoramentos – 32 páginas - Série Arte e Forma – Literatura brasileira - Poesia infanto-juvenil – com ilustrações - ISBN: 85-2-426002-5 – CDD: 808.899282
7 – Ioiô, travessuras, arte – 1990 - São Paulo – Editora Melhoramentos - 48 páginas – Série: Arte é Forma - Ilustrado - Formato 16×23 cm. - ISBN 85-06-01270-8 – CDD: 808.899282
8 – Abro ou não abro? – 1990 – São Paulo – Editora Melhoramentos – 32 páginas – Série: Arte é Forma – ISBN: 85-06-01267-8
9 - Cá dentro – 1990 – São Paulo – Editora Melhoramentos – 29 páginas – USBN: 85-06.01271-6 - CDD: 808.899282
10 - Cá dentro – 1991 – 2ª Edição - São Paulo – Editora Melhoramentos – 29 páginas – CDD: 808.899282
11 - Universo – 1991 – São Paulo – Editora Melhoramentos - 24 páginas – Série: Arte e Forma - ISBN: 85-06-01551-0 – CDD: B869.1
12 - Bruxa-ria – 1993 – São Paulo – Editora Melhoramentos – 16 páginas – ISBN: 85-16-01831-5 – CDD: 808.899282
13 - Enigma – 1996 - São Paulo – Escrituras Editora – 74 folhas – CDD: B869.1
14 - Pedra D’Ara – 1997 – São Paulo – Escrituras Editora - 16 folhas – CDD: B869.1
15 - Água Forte – 1998 - São Paulo - Escrituras Editora – 62 páginas - ISBN 85-86-30325-9 – CDD: B869-1
16 - Em Busca do Elo Perdido – 2000 – São Paulo – Escritura Editora – 64 páginas - ISBN: 85-86-30370-4 – CDD: 730.981
17 – Falo de fogo – 2001 - São Paulo - Escrituras Editora - 62 páginas – ilustrado – CDD: B869.1
18 - Tempos do verbo ser – 2002 – São Paulo – Escrituras Editora - 109 páginas – ISBN: 85-75-31065-8 – CDD: B869.1
19 - Cantochão – 2005 - São Paulo - Escrituras Editora - 79 páginas – ilustrado - capa dura tecido e miolo Reciclado 120 g/m2 - Composto em CartoriaMT - corpo 13pt. - Editor: Raimundo Gadelha - Capa, projeto gráfico e editoração eletrônica de Vera Andrade - Impressão: Prol Gráfica - ISBN 85-75-31169-7 – CDD: B869.1
Na obra ‘Ver Melhor’, Helena sentencia: "Estamos acostumados a olhar e menos habituados a VER. Olhar é um ato mecânico, sem reflexo. VER é receber uma impressão e pesquisá-la. Ultrapassar o estabelecido por códigos. VER é deixar os condicionamentos e travar uma intimidade maior com tudo o que é perceptível. VER é descobrir novas informações e saber que a fonte é sempre alterável e inesgotável. VER É DESCOBRIR O "OLHADO".
Descendente de tradicionais famílias de Barbacena/MG, seus avós paternos Honório Ferreira Armond e Ignácia de Almeida Borges são naturais daquela importantíssima cidade mineira, Helena é sobrinha de Honório Armond, que foi escolhido como o ‘Príncipe dos Poetas Mineiros’, em disputa com outros grandes poetas da época, inclusive com Carlos Drummond de Andrade.
Ela esteve em Muzambinho, por ocasião da ‘Festa do Muzambinhense Ausente’ de 1987, quando apresentou ao público de sua terra natal suas primeiras obras literárias, conforme narrado por Paulo Dipe, que tem o livro ‘Limites, conquistas... e linhas mistas’, com dedicatória da renomada autora.
Em entrevista, Helena fez citação de escrito do seu livro ‘Cantochão’, de 2005: “O elefante quando decide morrer, segue para detrás de uma árvore, o detrás de uma árvore é sempre o lado oposto da nascente, é óbvio, e pressuposto ao poente, sem conjecturas, morre.”
Helena Armond, sem conjecturas, e em momento ‘do ente’, como dizia, quando se referia a doença, morreu em 30/04/2014 em São Paulo, aos 86 anos, mas deixou um legado muito importante para a literatura e a cultura brasileira, e um orgulho enorme para todos nós muzambinhenses e mineiros.
É o nosso tributo!

José Roberto Del Valle Gaspar
Escritor e membro da Academia Muzambinhense de Letras
 

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